Os autores referem que a rápida expansão dos media social na
última década vai para além do seu propósito inicial e que os administradores universitários
e empregadores começam a usar esta tecnologia para avaliar estudantes e
funcionários.
O Facebook pode
ser usado por avaliadores treinados para avaliar traços de personalidade que na
literatura demonstram prever o sucesso académico e no trabalho e,
consequentemente, poderá ser usado como instrumento de selecção.
Para fazer a ligação entre a informação no Facebook e a
personalidade do seu usuário os autores utilizaram um modelo da psicologia Big Five, que avalia as 5 dimensões da
personalidade de uma pessoa:
1.
Neuroticismo (neuroticism)
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Por exemplo, indivíduos com baixo nível de estabilidade emocional fazem
posts no qual o seu conteúdo demonstra uma tendência
de grandes oscilações de experiências
pessoais ou emocionais.
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2.
Extroversão (extraversion)
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É caracterizada por uma interacção frequente com outros, no qual pode
ser demonstrada pelo número de amigos que o usuário tem no facebook.
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3.
Amabilidade (agreeableness)
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Por exemplo, indivíduos com nível alto de amabilidade são pessoas de
confiança e que se dão bem com os outros. Este aspecto é demonstrado pela
quantidade de informação pessoal postada
ou disponível no fb.
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4.
Conscienciosidade (conscientiousness)
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Por exemplo, indivíduos com um nível baixo de conscienciosidade são
aqueles que não demonstram auto-disciplina ou cuidado nas suas conversações
ou nos seus posts.
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5.
Abertura para o novo (openness to experience)
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É caracterizada pela curiosidade e criatividade intelectual, e poderá
ser revelada no facebook pela variedade de livros, frases preferidas ou
outros posts que demonstram que o usuário está envolvido
em novas actividades.
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Estudo 1: conclui que o Facebook:
1. Está correlacionado com auto-acaliação da personalidade
tradicionais.
2. Demonstra consistência interna e validade em relação à
personalidade.
3. Está correlacionado com as preferências do avaliador para
contratar o usuário do Facebook.
4. Está correlacionado com a avaliação do supervisor da
performance no trabalho dos usuários que foram contratados.
Estudo 2: conclui que o Facebook:
1. Está correlacionado com testes da personalidade
(auto-avaliação);
2. Demonstra consistência interna e validade.
3. É mais forte a prever o sucesso académico do que
auto-avaliações da personalidade e o QI.
4. Prevê a performance académica.
Estes estudos concluem que a informação disponível no Facebook
pode ser usada para identificar indivíduos que são mais bem sucedidos na
universidade de no trabalho.
As organizações procuram mais informação acerca dos seus candidatos
de forma a tomar uma decisão mais acertada em relação à sua selecção. A tomada
de decisão é baseada em várias características da pessoa, principalmente a sua
personalidade que pode servir de indicador para tendências comportamentais em
contextos organizacionais.
In "Social
Networking Websites, Personality Ratings, and the Organizational Context: More
Than Meets the Eye?"
Como é que está o nosso Facebook?
Até que ponto ele transmite uma mensagem positiva de nós?
Ou causa uma boa impressão?
Será que os empregadores vêem mesmo o nosso perfil no Facebook?